Perspectiva Historico Cultural
A perspectiva histórico-cultural surge a partir dos anos 1920, após a revolução russa. Baseada na escolha filosófica marxista, tem como pressupostos a psique que não é uma entidade fixa e ideal. Por isso, privilegia-se a dimensão histórico-cultural no estudo da psique humana. O objetivo desta psicologia é crítico, visa a transformação concreta da sociedade, mergulhada no contexto histórico-social. A psicologia é um instrumento de controle para que desmascare os condicionamentos que a sociedade opera sobre a personalidade. A psicanálise esclarece os processos de condicionamento da sociedade sobre a psique individual.
A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DA PSICOLOGIA NA AMÉRICA LATINA
É preciso reconhecer que a contribuição da Psicologia, como ciência. Não faltaram, certamente, psicólogos preocupados com os grandes problemas do subdesenvolvimento, dependência e opressão e opressão que humilham nossos povos; tiveram que ser canalizadas através de um compromisso político pessoal marginal à Psicologia, cujos esquemas resultavam inoperantes para responder às necessidades populares. Me refiro à Psicologia em seu conjunto, a teórica e a aplicada, a individual e a social, a clínica e a educativa. Quando se trata de assinalar alguma contribuição latino-americana para o acervo da Psicologia universal se costuma mencionar, entre outros, a “tecnologia social” de Jacob Varela (1971) ou as propostas psicanalíticas de Enrique Pichon-Rivière, na Argentina. Com relação aos trabalhos de Pichon-Rivière é triste afirmar que toda via são suficientemente conhecidos fora da Argentina. O caso mais significativo é o método de alfabetização conscientizadora de Paulo Freire (1970, 1971), surgindo da fecundação entre educação e Psicologia, Filosofia e Sociologia. A conscientização constitui uma resposta histórica à carência de palavra, pessoal e social, dos povos latino-americanos, não apenas impossibilitados para ler e escrever o alfabeto, mas sobretudo para