Personalidades Mistícas
Quando exaltada, faz nascer o mito do cietttificismo: a crença na ciência como única forma de saber possível é geradora de outros mitos também prejudiciais, como o do progresso, cujo fruto mais amargo é a tecnocracia, e os da objetividade e neutralidade científicas .
Contrariando o positivismo, precisamos recuperar o mito, hoje, em sua importância como forma fundamental de todo viver humano. Ele é a primeira leitura do mundo, e o advento de outras abordagens do real não retira do homem aquilo que constitui a raiz da sua inteligibilidade. O mito é o ponto de partida para a compreensão do ser.
Em outras palavras, tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginação, nos pressupostos míticos, cujo sentido existencial serve de base para todo trabalho posterior da razão.
A função fabuladora persiste não só nos contos populares. no folclore, como também na vida diária do homem ao proferir certas palavras ricas de ressonâncias míticas: casa, lar, amor, pai, mãe, paz, liberdade, morte, cuja definição objetiva não esgota os significados subjacentes que ultrapassam os limites da própria subjetividade. Essas palavras nos remetem a valores arquetípicos, isto é, valores que são modelos universais, existentes na natureza inconsciente e primitiva de todos nós.
O mesmo sucede com personalidades que os meios de comunicação se incumbem de transformar em imagens exemplares, como artistas, políticos, esportistas, e que, no imaginário das pessoas, representam todos os tipos de anseios: sucesso, poder, liderança, sexualidade etc.
Nas histórias em quadrinhos, o maniqueísmo retoma o