perry anderson
ANDERSON, Perry; Linhagens do Estado Absolutista; Brasiliense; 3 edição, 1995
Consiste em um estudo marxista acerca do absolutismo europeu; prefácio Os historiadores marxistas nem sempre estiveram preocupados , nas últimas décadas, com os problemas teóricos de seus trabalhos. Ao mesmo tempo, os filósofos marxistas procurando elucidar ou resolver as questões básicas do Materialismo Histórico, o fizeram, com freqüência, consideravelmente afastados dos resultados específicos expostos pelos históriadores;7 Na literatura marxista atual, constroem-se ou pressupõem-se modelos gerais abstratos – não apenas do absolutismo, mas como também das revoluções burguesas ou do Estado capitalista --, sem preocupação com suas variações reais; por outro lado, exploram-se casos localizados concretos, sem referência às suas implicações e interconexões recíprocas;8
O objetivo desse estudo é examinar simultaneamente o absolutismo europeu “em geral” e “em particular”: vale dizer tanto as estruturas “puras” do absolutismo, como as variantes impuras, representadas pelas diferentes monarquias específicas da Europa pós-medieval;
Os tempos dos absolutismos mais importantes na Europa foram diversos, o absolutismo espanhol sofreu a sua primeira grande derrota em fins do século XVI, nos países baixos; o absolutismo inglês foi derrubado em meados do século XVII; o absolutismo prussiano sobreviveu até um período avançado do século XIX; o absolutismo russo sobreviveu até o século XX.10
Hoje, quando a “história a partir de baixo tornou-se senha reconhecida tanto em círculos marxistas como não marxistas e já produziu enorme benefícios para a nossa compreensão do passado, é necessário relembrar um dos axiomas básicos do materialismo histórico: que a luta secular entre as classes se resolve em última instância no âmbito político da sociedade - e não no âmbito econômico ou cultural. Em outras palavras, é a construção e a destruição dos Estados que sela as modificações