Perio
JOSÉ AUGUSTO DE REZENDE *
Resumo
É apresentado neste trabalho um tratamento de uma extensa lesão periodontal que levou a necrose pulpar, causando um inter-relacionamento endo-pério. É apresentada a técnica de tratamento, passo a passo, bem como os materiais odontológicos, substâncias químicas e medicamentos que foram usados.
Descritores
Lesão endodôntica, lesão periodontal , inter-relacionamento endo-pério.
Um abscesso periapical pode drenar pelo sulco gengival através de uma fístula formando uma bolsa reversa, isto é, uma bolsa de origem endodôntica. A bolsa reversa origina de maneira oposta a bolsa periodontal comum, sendo que esta é o aprofundamento patológico do sulco gengival, está associada com placa bacteriana , inflamação e infecção e inicia-se seguindo a direção coroa-ápice, e aquela é resultante da degeneração pulpar, inicia-se seguindo a direção ápice-coroa e é chamada de periodontite retrógrada.
Muitas alterações pulpares são produzidas por toxinas originadas de lesões periodontais. Essas toxinas poderão atingir o tecido pulpar através do canal principal ou canalículos laterais, encontrados ao longo da raiz, causando hiperemias, pulpites, necroses pulpares e, consequentemente, o aparecimento de abscessos , granulomas e cistos.
Na periodontite retrógrada sem envolvimento de doença periodontal o tratamento é unicamente endodôntico e a bolsa normalmente desaparece após a realização do tratamento endodôntico bem executado . Quando existe o inter-relacionamento endo-pério o tratamento é endodôntico e periodontal.
Caso clínico
Paciente A. P., sexo masculino, cor branca, 69 anos, apresentou-se queixando-se de dor no 33.
Ao examinarmos o paciente constatamos que havia um abscesso periodontal com edema bastante acentuado na região do 33, que estava extruido e apresentava muita mobilidade. Foi realizado teste de vitalidade pulpar com Endo-Frost e constatada ausência de vitalidade, caracterizando uma necrose