Perigo na estrada
Vida de caminhoneiro: o alto índice de mortes na boleia
O sono na estrada, a necessidade de acelerar para entregar a carga no horário previsto, famílias esperando aflitas, essas são algumas das situações que fazem parte da premissa da vida de um caminhoneiro. As estradas brasileiras possuem altos índices de acidentes que, infelicitam parentes e amigos, todos os dias. A violência no trânsito é a segunda maior causa de mortes no país, à frente até de homicídios. No ano passado, foram 60.752. Neste quesito o Brasil tem a quinta maior taxa do planeta. Estes homens das estradas estão em perigo constante.
Nesse contexto, um conjunto de fatores alimentam as estatísticas de um cenário dramático: a péssima infraestrutura da malha rodoviária nacional, deficiências crônicas na área de fiscalização, ausência de uma ação governamental vigorosa de investimentos na área da educação de trânsito, além de condições de trabalho extenuantes dos profissionais do transporte de carga e de passageiros.
Acidentes e a família
O elevado número de mortos, devido a acidentes de trabalho sofrido por motoristas profissionais no transporte de carga, é um alerta de que algo precisa ser feito para reverter esse quadro. Um exemplo disso são os acidentes sofridos pelo caminhoneiro Ivan Paludo, 40 anos, de Arroio do Meio. Ele conta que sofreu inúmeros, e boa parte ocorreu quando estava dirigindo por muito tempo. “Quando tenho que ir rápido, acelero mesmo!” Afirma em relação aos prazos de entrega que deve cumprir.
“Em 30 de dezembro de 2005 tombei o caminhão, minha esposa foi arremessada para fora, após o para-brisa quebrar.” Ele lembra que a carga de porcos foi completamente perdida. “Felicidade do povo da vila onde me acidentei,” enfatiza lembrando que os bichinho foram levados por moradores das proximidades, em época das festividades de final de ano. Apesar da intensidade da colisão o caminhoneiro e a esposa Adriana Paludo, 36 anos, não sofreram ferimentos graves.