Periferia identidade cultural
Gramatica própria, estilizada, cheia de neologismo e gírias, essas são as características de uma nova linguagem, a linguagem marginal mais conhecida como a linguagem do rap. Discriminada por ter surgido em periferias e ser muito usada entre moradores de favelas, o seu perfil está mudando ela vem ganhando força: músicas, poesias, poemas, arte de rua (piche) foram surgindo e assim alcançando seu espaço cultural na sociedade, ganhando novas características agora é considerada revolucionária, inovadora, ousada, já se envolve em projetos sociais e muitos intelectuais comentam sua aproximação com o modernismo literário.
Talvez o maior desafio da população seja compreender a conquista de espaço dessa linguagem, que seguindo em via própria dá mais liberdade aos artistas que vão explorando assuntos considerados tabus; Por mais de duas décadas o rap, que é umas das maiores produção artística dessa linguagem, veio gradativamente substituindo o vácuo deixado na música pela MPB “universitária”, que ocupou durante anos à frente nos protestos políticos e as rodas intelectuais do país.
Sustentado pela palavra, oralidade e poesia o rap também trás um arcabouço de dados culturais, dando mais sofisticação em suas rimas ele vai incrementando outros gêneros musicais, como os mashup, com grandes ícones da musica no cenário mundial. A periferia estabeleceu não apenas uma nova linguagem, mas também uma mudança na elaboração intelectual, passando uma forma menos metafórica e mais direta de abortar os temas em suas artes.