PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO
1. OBJETO DE ESTUDO O trauma é uma doença multissistêmica de caráter endêmico na sociedade moderna e sua história reflete a evolução da humanidade. Com o aumento das mortes, dos traumatismos e das incapacidades ocorridos por causas externas, o atendimento odontológico hospitalar está cada vez mais voltado para os casos originados nos traumas. Portanto, a Odontologia tornou-se responsável, por meio dos serviços de emergência odontológica e traumatologia bucomaxilofacial (SEGUNDO, 2005), pelos cuidados a esses pacientes, o que exige melhor conhecimento dessa morbidade (SILVA, 2003).
O Brasil é considerado um dos países com o trânsito mais violento do mundo. As novas leis, o controle municipal do trânsito, a melhoria da segurança dos veículos e a fiscalização eletrônica não conseguiram diminuir significativamente as elevadas taxas de morbimortalidade. Esse tipo de acidente encontra-se entre as causas externas de maior incidência, com elevado percentual de internação, altos custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para a vítima e seus familiares.
O diagnóstico e tratamento de lesões faciais obteve grande progresso nas últimas décadas. Trata-se de um trauma de abrangência multidisciplinar, envolvendo principalmente as especialidades de trauma, oftalmologia, cirurgia plástica, maxilofacial e neurocirurgia. Uma agressão localizada na face não envolve apenas tecido mole e ossos, mas também, por extensão, pode acometer o cérebro, olhos, seios e dentição. Quando o trauma ocorre por impacto de grande velocidade e energia cinética, lesões concomitantes, que podem ser mais letais do que o trauma facial por si, têm sido pouco relatadas (WULKAN, 2005)
Embora a literatura seja rica na epidemiologia de trauma facial, nosso objetivo é esclarecer dúvidas quanto à incidência específica,