Perestroika e Glasnost
Política reformista conduzida, na década de 80, pelo presidente Mikhail Gorbachev, que abriu as portas à «implosão» do regime comunista instaurado na União Soviética, acarretando a renúncia à economia planificada e a consequente aceitação das regras do mercado livre, a instauração de um regime parlamentar e necessariamente a liberdade do funcionamento de partidos políticos, mas também provocou a desagregação da federação, por força de nacionalismos e irredentismos agressivos, responsáveis por numerosos conflitos sangrentos, alguns dos quais ainda se mantêm vivos, sem solução à vista (Chechénia, por exemplo). Na ordem externa, levou ao fim do bloco político-militar (Pacto de Varsóvia) e da organização económica supranacional dirigida pela extinta URSS (o COMECON) e, consequentemente, ao termo da Guerra Fria e ao apaziguamento da política internacional, particularmente no que diz respeito ao controle, armazenamento e experimentação das armas termonucleares. A dissolução do Bloco de Leste permitiu a reaproximação das duas Alemanhas e a sua reunificação numa única república. As alterações, especialmente as registadas no domínio da política externa, contribuíram grandemente para afastar o espetro de uma guerra que, temia-se, poderia ter início na Europa e alastrar a todo o mundo, provocando a extinção de todas as formas de vida no planeta.
Glasnost
Este termo designa uma das políticas implantadas na Rússia por Mikhail Gorbachev como suporte da Perestroika, significando à letra "transparência".
Foi proposta no XXVII Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em fevereiro de 1986, pelo então secretário-geral do partido, Gorbachev. Através da visibilidade pública da política conferida pela Glasnost à reestruturação económica da Perestroika, Gorbachev pretendia ganhar a confiança e participação dos Soviéticos, assim como desmantelar qualquer oposição. Desta forma, pretendendo demonstrar que o sistema político não estava controlado pelo Partido