Pequena contribuição dos jogos e brincadeira. Resenha cap. 4
Larissa Maria Ritter
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1981. P. 82-124.
Philippe Ariès inicia o capítulo 4, intitulado de “Pequena contribuição à história dos jogos e das brincadeiras”, falando sobre o diário de um médico chamado Heroard, que graças, a este o autor pode ter um breve conceito de como era a vida e cotidiano das crianças no início do século XVII. Ariès descreve acontecimentos do cotidiano de Luis IV, um Delfin da França, narrado pelo médico, em seu diário.
Até início do século XVII, as crianças reais legítimas ou bastardas eram tratadas de forma igual, ambos tinham os mesmos privilégios que as outras crianças nobres, não havia distinção nem entre os palácios reais e os castelos fidalgos. Somente por volta de 1750, o culto monárquico começou a separar os jovens príncipes, desde sua primeira infância, dos outros “mortais”, como dizia Ariès.
Entre os séculos XIII e XVII as crianças nobres eram muito precoces, pois a partir de um ano e meio já recebiam aulas de música e dança, aprendiam a falar as sílabas separadamente antes de pronunciar as palavras inteiras. Embora convivam sempre entre os adultos e recebam educação como os mesmos, ainda brincavam como crianças com seus brinquedos de pau e com imaginação de uma criança qualquer de mesma idade. Hoje conhecemos crianças como estas e as rotulamos como prodígio. Ariès cita como exemplo o pequeno Mozart, que tinha uma imensa afinidade com o mundo da música.
Em um determinado trecho Ariès, expressa a precocidade do jovem Luis IV, que demonstra seu amor por soldados e brinca como se fosse um.
“Ele gosta da companhia dos soldados: ‘Os soldados sempre se alegram em vê-lo’. ‘Ele conduz pequenas ações militares com seus soldados. M, de Marsan colocou-lhe a gola alta, a primeira que jamais usara, e ele ficou encantado.’ ‘Ele brinca de ações militares com seus pequenos senhores.’ Sabemos