Pepe - Entrevista
Parte 1
Diego: ... Fiam/Faam
Pepe: Como?
Diego: É Fiam/Faam o nome da faculdade. Faculdades Integradas Alcântara Machado.
Pepe: É em Santos Mesmo?
Renan: Fica ali no Morumbi.
Diego: Não, é no Morumbi em São Paulo.
Pepe: Ah, é no Morumbi?
Diego: Isso! Então, na verdade o nosso trabalho é sobre o 7x6 lá.
Pepe: Ah, que interessante!
Diego: Nós estamos fazendo uma reportagem sobre o jogo. Não sei o que você lembra sobre a partida.
Pepe: Eu vou buscar o caderno lá. Porque eu tenho um caderno que eu marco tudo, né.
Diego: É um diário?
Pepe: Não. São três cadernos. E eu marcava umas coisas... Isso é coisa de débil mental, né? Eu marcava todos os jogos desde o tempo em que eu joguei no infantil. Quer dizer, supunha-se que a chance de ser profissional era restrita, né.
Diego: É...
Pepe: Tanta gente tenta e não consegue. Mas eu marcava tudo desde o infantil. Fui, fui, fui. Aí continuei marcando quando eu entrei no profissional. Então eu tenho três cadernos que já estão bem velhinhos, né.
Diego: Sim.
Pepe: Um é de 1951.
Diego: Nossa!
Pepe: Estão bem velhinhos. Então os caras vêm aí e querem até comprar os meus cadernos. Eu falei: “Não, isso não tem preço”. Então tá tudo marcado lá, minha carreira são 750 jogos no Santos. Só que a única coisa que eu falhei, que eu não... Nem imaginava mais. Porque eu viajava, fui jogar na Bélgica, então eu ficava assim, ia comprar lá em Bruxelas, pegava um jornal lá do hotel, pegava a escalação dos caras direitinho da França, em qualquer lugar, então era um caderno mais ou menos nesse sentido, né. Mas aqui nos jogos do Brasil marcava a renda, e renda tchau e benção, né? Quantas vezes já mudou o dinheiro, né?
Diego: Sim.
Pepe: O dinheiro já mudou muito. Devia ter colocado um público pagante, aí sim né?
Diego: Aí sim.
Pepe: Aí sim. Público pagante: 10 mil, 12 mil, 20 mil. Você tinha uma base de...
Diego: De quantas pessoas foram.
Pepe: É, porque a renda tá lá: 600 mil cruzeiros. O