Penso, logo existo
Sendo assim, levando a dúvida até suas últimas conseqüências, percebe-se que pode duvidar de tudo, menos de que duvida. E como ser capaz de duvidar, entende-se como um ser que é capaz de pensar, pois a dúvida é um exercício do pensamento. Ao mesmo tempo, conclui que ao chegar nesse ponto, a dúvida atingiu seu limite, definindo então que só posso permanecer em dúvida, se não a levo até a raiz, que é si própria. Desta forma então, podemos afirmar que o limite da dúvida é a descoberta do pensamento.
Entende-se então o seguinte: tendo invalidado todos os julgamentos à respeito do valor de todas as coisas, é impossível considerar como verdade ou realidade qualquer coisa a qual penso, já que os sentidos são dúbios e nos enganam. E não se pode confiar em algo que já nos enganou uma vez. Entretanto, ao agir desta forma, duvidando de tudo aquilo julgado como correto e verdadeiro por seus sentidos, percebeu-se estar no exercício do pensamento, afirmando-se como tal ao exercer da sua capacidade de duvidar. Exposto então esse fato, Descartes conclui que não pode duvidar se não existir, e que, então, sua existência como um ser duvidador, é absolutamente certa e indubitável. E não há nada que o possa enganar do contrário, já que não pode ser enganado se não existe. Duvidar ou enganar são atividades do pensamento, no momento em que duvida de algo, está pensando, portanto existe como ser pensante, mas não como matéria. E,portanto, sua existência também é certa e indubitável. Então chegou Descartes à