Pensamentos exibidos no filme “Hannah Arendt” aplicados no julgamento do “Massacre do Carandiru”
Lançado em 2013, o filme Hannah Arendt, nos traz o pensamento diverso de uma mulher de origem judaica sobre o julgamento de um agente do governo nazista.
Hannah Arendt, teve a oportunidade de cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para o jornal americano “ The New York”, formulando uma tese sobre a banalidade do mal .
Ao fazer a cobertura do julgamento, Hannah analisa o réu e percebe que o agente não passa de um homem comum, revelando-se um homem apenas incapaz de pensar e não um monstro, assassino cruel de seu povo, como os defensores do julgamento descreveram.
O agente analisado era apenas um homem medíocre, interesseiro, que apenas cumpria ordens para se promover profissionalmente. Era responsável pela emigração forçada até a câmera de gás, mas sua personalidade não era monstruosa , ao contrário monstruosos eram seus atos.Como demonstrado no inquérito e no julgamento, era um homem incapaz de pensar, demonstrava ter orgulho de cumprir ordens com excelência.
Por todos esses motivos, Hannah não identificou em Eichmann, a ideologia, um ódio particular aos judeus, a adesão fanática ao anti-semitismo. Ao expor sua opinião, a sociedade se volta contra Hannah e o jornal, as críticas são tão fortes que até mesmo seus amigos mais próximos se assustam.
Ao ser comparado com “ Massacre do Carandiru”, fato ocorrido no Brasil em outubro de 1992 e que somente em 2013 foi julgado, nos faz refletir sobre o pensamento filosófico de Hannah Arent.
O Massacre começou com uma briga interna entre facções rivais dentro do pavilhão, fazendo necessária a presença da policia militar do estado de São Paulo. O resultado desta intervenção foram de 111 presos mortos, de um total de 469 tiros encontrados no corpo dos detentos , a maioria dos tiros foram dados em regiões letais, como cabeça, costas e nuca, todos esses fatos demonstram o abuso por parte dos policiais,