Pensadores políticos
1. SANTO AGOSTINHO Santo Agostinho, nascido em Tagasta, pequena cidade da Numídia, destacado como pensador cristão da Patrística e de toda primeira fase da Idade Média. Sua Obra reproduz uma síntese admirável da cultura clássica antiga com legado judaico-cristão através da interpretação pauliana. Suas principais ideias se tornaram repositório inesgotável que serviu de orientação filosófica e espiritual para todo o pensamento cristão, quer entre pensadores católicos, quer entre autores protestantes. Seus trabalhos mais conhecidos e de forte presença em todo o pensamento medieval foram: As confissões e A cidade de Deus . Em suas Célebres confissões , Santo Agostinho narra a trajetória de sua infância, juventude, maturidade, formação intelectual, relações com a progenitora Mônica e fundamentalmente sua conversão e autopenitência diante das seduções, devassidões e incertezas do mundo pagão. Em seu livro Cidade de Deus, escrito entre 412 e 427, procura defender o cristianismo da acusação feita pelos pagãos de ter sido responsável, ao abandonar a proteção dos deuses antigos, pela tomada e saque de Roma, feita por Alarico. Assim, está presente no pensamento agustiniano o dualismo maniqueísta da cidade celestial que, corporificada pela igreja, se ocupará dos interesses espirituais e reinará soberana sobre seus inimigos, e da cidade civil identificada com Estado temporal que se encarregará das coisas materiais. As duas cidades existem lado a lado, e continuarão até o final dos tempos, quando então a cidade de Deus subsistirá para constituir a eternidade dos santos. Tal distinção das duas cidades que partilham a existência humana entre si fica bem expressa quando ele divide a humanidade em dois grandes grupos: um, dos que vivem segundo o homem; o outro, o daqueles que vivem segundo Deus. Misticamente, damos aos dois grupos o nome de cidades, que é o mesmo que dizer sociedade de homens. Uma delas está predestinada a reinar eternamente