Penrose sobre a não-computabilidade do pensamento e a quest o da IA forte

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Penrose sobre a não-computabilidade do pensamento e a questão da IA forte
Rafael Ramos da Silva
Introdução
No capítulo 3 de O grande, o pequeno e a mente humana, intitulado “A física e a mente”, e dedicado a uma investigação acerca das propriedades das operações da mente, em especial às operações do pensamento matemático, Penrose escreve que:
De algum modo, os números naturais já estão “aí”, existindo em algum lugar do mundo platônico, e temos acesso a esse mundo através da nossa capacidade de ter ciência das coisas. Se fôssemos apenas computadores sem mente, não teríamos essa capacidade. (PENROSE, 1998, p. 127)
O que Penrose está disposto a defender no contexto da citação acima é deixado muito claro quando ele afirma que a sua tese é a de que “o entendimento matemático não é algo computacional, mas sim uma coisa diferente que depende da nossa capacidade de ter ciência das coisas” (PENROSE, 1998, p. 127-28). Como se sabe, Penrose é um fiscalista quando se pensa de onde emerge a consciência. Ou seja, para Penrose, o fenômeno da consciência é resultado de relações dadas no mundo físico, mais especificamente, das reações eletroquímicas que ocorrem no cérebro humano. O que buscamos evidenciar a seguir é a tese de Penrose acerca da impossibilidade de se reproduzir o pensamento matemático de forma computacional a partir da forma com Penrose compreende o funcionamento da mente humana e a sua relação com as proposições matemáticas.

1. Os três Mundos de Penrose

O fisicalismo ao qual colocamos a teoria da mente de Penrose está diretamente ligado à estrutura da realidade baseada nos três mundos, conforme o físico apresenta em O grande, o pequeno e mente humana. Penrose parte da ideia dos três mundos de Popper. Em Conhecimento objetivo: uma abordagem evolucionista, Popper propõe a existência de três mundos: o primeiro diz respeito a um mundo referente às coisas físicas; o segundo “é o mundo da consciência ou dos estados mentais”, é onde se situa todo pensamento subjetivo,

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