Efeitos: Seebeck, Peltier, Joule e Thomson. Em 1821 (Abbandlungen der Königlichen Akademie der Wissenschaften in Berlin, 1822-1823, p. 265), o físico russo-alemão Thomas Johann Seebeck (1770-1831) colocou uma placa de bismuto (Bi) sobre uma placa de cobre (Cu) e uniu-as por meio de fitas de cobre a um ``meridiano magnético’’. Registre-se que o ``meridiano magnético’’ (mais tarde transformado em galvanômetro) foi inventado pelo físico francês André Marie Ampère (1775-1836), em suas experiências sobre eletromagnetismo (nome cunhado por ele), a partir de 1820 (vide verbete nesta série). Assim, ao apertar com a mão essas fitas contra aquelas placas, Seebeck percebeu que o ``meridiano’’ registrava uma ``polarização magnética’’ (corrente elétrica, conforme mais tarde foi identificada). Substituindo o bismuto por antimônio (Sb), Seebeck observou que a ``polarização’’ invertia de sentido e, de pronto, identificou esse fenômeno como sendo devido ao calor de sua mão, razão pela qual denominou-o de ``efeito termomagnético’’ (hoje, efeito Seebeck ou efeito termoelétrico). Em vista disso, construiu um termoelemento constituído de um retângulo com duas bandas metálicas soldadas entre si nas extremidades, no qual uma agulha magnética era desviada quando as soldas eram submetidas a uma diferença (gradiente) de temperatura. Nessa ocasião, ele erroneamente acreditou [E. Frankel, IN: Dictionary of Scientific Biography (Charles Scribner’s Sons, 1981], que os condutores que compõem a junção (solda e banda metálica) eram magnetizados (daí o nome de ``efeito termomagnético’’ que deu a esse efeito, segundo registramos acima) diretamente por aquela diferença. É oportuno salientar que, segundo o físico português Armand Gibert (1914-1985) afirma em seu livro Origens Históricas da Física Moderna (Fundação Calouste Gulbenkian, 1982), uma das primeiras observações sobre a corrente elétrica foi realizada pelo médico e botânico francês Louis Guillaume Le Monnier (Lemonnier) (1717-1799), em 1746,