pelotas patrimonio
HOTEL DE PELOTAS: BREVES CONSIDERAÇÕES
Karen Velleda Caldas1 e Carlos Alberto Ávila Santos2
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caldaskaren@gmail.com, Universidade Federal de Pelotas, Brasil betosant@terra.com.br, Universidade Federal de Pelotas, Brasil
RESUMO
O artigo trata do restauro do Grande Hotel de Pelotas, tombado em nível municipal e restaurado pelo poder público através do Programa Monumenta. Sintetiza e destaca as
Cartas Patrimonais, cujos conteúdos tangenciam as ações restaurativas promovidas no edifício. Verifica a legislação municipal relacionada à preservação dos bens patrimoniais.
Revela aspectos da história da construção e das intervenções realizadas. Aponta a consonância das leis municipais com as orientações internacionais, embora destaque a insuficiência das mesmas para garantirem a preservação do patrimônio. Conclui que os procedimentos de restauro modificaram irreversivelmente a percepção do espaço interno e da volumetria do prédio, que contrariam os critérios, as orientações internacionais e a legislação municipal, balizadores dessas ações. São documentos que deveriam, à priori, garantir a preservação das informações contidas nos bens patrimoniais.
Palavras-chave: Patrimônio, Restauração, Grande Hotel de Pelotas.
INTRODUÇÃO
Pelotas é um dos 26 municípios protegidos pelo IPHAN e escolhido para integrar o
Programa Monumenta, segundo critérios de representatividade histórica e artística. O destaque deve-se, em parte, porque a cidade ainda apresenta um dos maiores conjuntos arquitetônicos do estilo eclético historicista no Brasil. Fundada no ano de 1812, a antiga
Freguesia ascendeu à condição de Cidade em 1835, tornou-se um polo cosmopolita da região da campanha gaúcha nas três últimas décadas do século XIX até a segunda do XX, cuja riqueza econômica teve origem na produção e exportação do charque e de seus derivados. Dentre os 1210 prédios da cidade inventariados pela Secretaria de Cultura do município
(SECULT), o