Peduzzi
Luiz O.Q. Peduzzi Departamento de Física / Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências Naturais / Centro de Ciências da Educação Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, SC
Resumo Este trabalho procura mostrar que a resolução de problemas de lápis e papel, em física, não deve ser considerada pelo professor como uma atividade na qual o aluno, por esforço próprio e sem qualquer orientação específica, tenha necessariamente êxito se preparado conceitualmente para tal . Constituindo-se em um segmento do ensino com especificidades próprias e por vezes bastante peculiares, a resolução de problemas, não somente em física mas também em outras áreas do conhecimento, não pode ser alijada ou pouco considerada no contexto geral das ações do professor como mediador do processo ensino-aprendizagem. Uma ampla discussão sobre este assunto, em sala de aula, seguramente resultará em um estudante melhor orientado e mais consciente de suas ações junto a este importante componente da sua aprendizagem em física.
I- Introdução
A resolução de problemas é de uma variedade infinitamente grande. Ela se faz presente, rotineiramente, não apenas no trabalho dos cientistas e nas atividades escolares dos estudantes, mas no dia-a-dia das pessoas, em geral. De uma forma bastante genérica, pode-se dizer que uma dada situação, quantitativa ou não, caracteriza-se como um problema para um indivíduo quando,
+ Agradeço aos professores Marco Antonio Moreira, Arden Zylbersztajn, Sayonara Salvador Cabral da Costa e Norberto Jacob Etges, pelas críticas e sugestões a este artigo.
Cad.Cat.Ens.Fis., v.14,n3: p.229-253, dez.1997.
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procurando resolvê-la, ele não é levado à solução (no caso dela ocorrer) de uma forma imediata ou automática. Isto é, quando, necessariamente, o solucionador se envolve em um processo que requer reflexão e tomada de decisões sobre uma determinada seqüência