Pedro abelardo e o problema dos universais
A invasão dos bárbaros, no séc. V, destruiu no Ocidente a civilização romana e iniciou a Idade Média. O inicio da Idade média foi um período de estagnação intelectual, em que não houve grandes descobertas. Ou seja, o trabalho dos grandes intelectuais medievais não era propriamente de criação, mas, sim uma nova reflexão sobre os pensamentos já existentes, que suscitavam um novo olhar sem que essas ideias tivessem sua essência modificada. O século XII destacou-se na história da civilização como palco de grandes transformações sociais. Com a implantação do feudalismo, a Europa passou por um período de paz até então desconhecido, onde os homens após um grande tempo de vida errante, marcado por conflitos internos e externos finalmente estavam deixando de ser nômades para fixarem raízes. Era um tempo de efervescência econômica, e estabilidade nas relações, onde o homem adquiria uma nova visão sobre a relação Deus-Homem, e inclusive em como pensar a própria existência. A partir dessa nova forma de pensar, o homem começou a enxergar que sua sobrevivência não dependia obrigatoriamente da igreja, que nessa época era a grande detentora do saber e dos grandes bens materiais da sociedade. Até o século XI, foi somente ela que conservou em seus domínios as faculdades de ler e escrever, quesitos básicos para uma instrução mínima. Motivo pelo qual a maioria dos filósofos medievais estavam ligados a igreja. Desse período em diante a educação deixou de estar unicamente ligada a igreja e começaram a surgir outras escolas. Entre as escolas mais concorridas de Paris estão a do mestre de Abelardo, Guilherme Champeaux estalada em Notre-Dame, e após 1108, em São Vitor de Adão de Balshan, a do próprio Abelardo, estalada no monte de Santa Genoveva. Todo esse contexto de mudança social fez com que surgissem homens com formas de pensar diferentes uns dos outros, essa é uma das bases para a discussão entre os filósofos realistas e