Pedofilia no âmbito familiar

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
UNIDADE SÃO GABRIEL
INSTITUTO DE PSICOLOGIA

ABUSO SEXUAL INFANTIL NO ÂMBITO FAMILIAR

Margarete Araújo Silva1
Maria Auxiliadora da Silva2

Neste estudo discuto o abuso sexual infantil no âmbito familiar. O objetivo central da pesquisa foi de verificar o processo de reconstituição afetiva e social de filhos abusados sexualmente pelo pai. Optamos por uma pesquisa teórica e uma de campo. Foi utilizada a abordagem qualitativa, e a metodologia empregada foi o estudo de caso. Após a transcrição e categorização dos dados, foi feita a análise de conteúdo. No referencial teórico foram discutidas questões concernentes a construção histórica da infância na Europa e no Brasil, relações familiares, sexualidade, incesto, pedofilia e violência sexual. Para tanto, alguns(mas) teóricos(as) que discutem sobre esses temas foram utilizados(as), tais como: Philippe Ariès (1981), Maria Luiza Marcílio (2006), Edson Passetti (2004), Cláudio Cohen (1993), Sigmund Freud (1905), Maria Cecília de Souza Minayo (1998), Viviane N. de Azevedo Guerra (1998), dentre outros. Dessa forma, esse estudo faz interface entre as áreas da Psicologia Social e da Psicanálise, ao abordar o processo de superação da experiência abusiva pelas vítimas de abuso sexual intrafamiliar. A análise dos dados evidenciou que o sofrimento dessas vítimas é relativo, e as variáveis envolvem o contexto de vida destas pessoas, onde, um histórico familiar de negligência contribui para o agravamento do sofrimento. Identificamos que o incesto, ainda, é um tabu em nossa sociedade e que sua prática proporciona uma confusão de sentimentos na vítima, o que contribui para que ela compactue com o segredo. Segundo os entrevistados, o maior desafio refere-se à responsabilização dos agressores, devido às dificuldades em se reunir provas materiais que comprovem ato abusivo. Os resultados apontaram que os filhos abusados sexualmente pelo pai, reconstituem seus laços afetivos com o