Pedagogia
Roxane Rojo
Esse texto é fundamentado em técnicas lingüísticas empregadas nos processos de alfabetização e letramento.
A lingüística não deve ser vista como a resposta final para todas as dúvidas sobre a aquisição da escrita, mas como ponto de partida para produzir mais questões. É uma ciência onde o que se sabe serve para formular mais perguntas e, segundo Chomsky, devemos usar o bom senso e a nossa experiência para tirar da fala dos cientistas aquilo que nos ajuda a entender a nossa prática.
Um aspecto importante sobre a aquisição da escrita é o seu caráter irreversível de transformação, pois, uma vez decifrados os símbolos, eles se tornam transparentes para nós. E é esse caráter irreversível que nos leva a pensar que a escrita é um passo natural para todo aquele que fala.
Deve-se considerar que a criança já sabe sobre a escrita antes da alfabetização e esse saber deve nortear as práticas escolares.
A partir desta reflexão, a autora propõe uma metodologia do mistério, ou seja, levar em consideração a arbitrariedade entre significante e significado, pois não existe nada no consideramos escrita que remeta para a oralidade daquilo que passa a representar para o alfabetizado.
Outro trabalho mostra que as práticas discursivas orais em torno do texto fazem com que este deixe ser uma coisa e passe a significar algo e não apenas o conteúdo do que foi escrito.
Ambos os trabalhos explicitam que deve-se identificar os mecanismos sociais de exclusão e seu modo de atuar no processo de alfabetização.
Para compreender esse processo de exclusão é importante lembrar que, por mais que se considere natural que, após a aquisição da linguagem oral, venha o aprendizado da escrita.
Contudo, é esse aprendizado que mostra o distanciamento, a necessidade de preenchimento entre a fala e a escrita.
Ao tratar da aquisição da escrita como transformação que se opera através do funcionamento simbólico, a autora