pedagogia
Psicologia à Educação
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Aparentemente, é óbvia a justificativa para a presença de matérias, disciplinas e conteúdos relacionados à Psicologia nos diversos cursos de graduação e pós na área de Educação. Um primeiro olhar sobre essa suposta obviedade conduz ao fato de que conceitos popu2. Professor adjunto do Departamento larmente consagrados, como os de aprendizagem, desempenho, comde Psicologia da Faculdade de Ciências preensão, avaliação, motivação, desenvolvimento e uma infinidade da UNESP, campus de Bauru, SP. de outros, estão definitivamente incorporados ao linguajar cotidiano do educador. E, por suposto, a ciência que lida com essas questões é a Psicologia.
2. Publicado orinalmente no Pedagogia
Cidadã: cadernos de formação: Psicologia da Educação. São Paulo: UNESP,
Pro-Reitoria de Graduação, 2006, 3a ed.
Entretanto, o assunto é um tanto mais espinhoso do que parece. Em primeiro lugar, porque, se, de um lado, sempre nos defrontamos com a grandiosidade da abrangência da
Educação, por outro, pouco ficamos atentos à complexidade das abordagens psicológicas diversas, à pluralidade de concepções teóricas, epistemológicas e metodológicas e às implicações divergentes que resultam da adoção desta ou daquela concepção de Psicologia. Nesse sentido, uma vez que este texto tem natureza introdutória, serão aqui abordados (na verdade, apenas levemente tocados) alguns dos temas e das formas pelas quais a Psicologia, mesmo em um contexto histórico de fecundas polêmicas e amplas dissensões próprias de seu esforço em constituir-se enquanto ciência, tem-se tornado indissociável em relação à Educação.
A Educação constitui, por excelência, uma área de aplicação das descobertas originárias de várias ciências e fontes do conhecimento, entre elas a Psicologia. Entretanto, para ela convergem preocupações e reflexões provenientes da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia e de tantas outras. Porém, nenhuma dessas fontes está a salvo de