pedagogia
Apesar das diferenças e das divergências entre os autores de cartilhas, existe um ponto que unificam todas elas, transformado-as em uma só: a dependência do sistema de escrita em relação ao sistema oral. Todas as cartilhas partem do pressuposto de que para aprender a ler, o aprendiz deve transformar para depois chegar à compreensão.
Cartilhas sintéticas: partem de elementos não significantes da língua = letras ou sílabas. Iniciam o processo pela apresentação das vogais (norma seguida pela maioria das cartilhas). Em seguida, combinando-se vogais, trabalhando os ditongos e tritongos. Passa-se a seguir para as combinações das vogais com consoantes, dirigindo se então o ensino para o estudo das “famílias silábicas” resultantes dessas combinações. As palavras surgem da combinatória das famílias silábicas já conhecidas. As cartilhas sintéticas propõem um processo combinatório, em que elementos não significantes da língua vão se somando até resultar em palavras; combinado-se as palavras surgem os textos. São as cartilhas mais tradicionais e seu uso parece ser bem restrito.
Cartilhas analíticas: partem de elementos, significativos da língua = palavras ou frases. Adotam procedimentos inversos aos da cartilha sintéticas; parte dos elementos maiores língua e através da decomposição chegam aos elementos menores. Esses elementos menores são então sistematizados através dos exercícios de fixação. São cartilhas raramente encontradas no Brasil.
Uma cartilha ideal deve conter as palavras mais favoráveis, tanto em termos sócio cultural quanto lingüísticos, e essas palavras devem estar incluídas em textos que façam sentido e soam naturais para seus usuários. Para a seleção das palavras chaves (normalmente substantivos), os autores afirmam utilizar a realidade lingüística da criança, propõem palavras que tenham significados efetivo para o aprendiz, respeitando sua origem cultural.
Biografia