pedagogia
Por que a escola não é um fator de mobilidade social? O sociólogo abre o texto com os seguintes dizeres: “É provavelmente por um efeito de inércia cultural que continuamos tomando o sistema escolar como um fator de mobilidade social, segundo a ideologia da ‘escola libertadora’, quando, ao contrário, tudo tende a mostrar que ele é um dos fatores mais eficazes de conservação social, pois fornece a aparência de legitimidade as desigualdades sociais, e sanciona a herança cultural e o dom social tratado como dom natural” (BOURDIEU, 2007). Para explicar a mobilidade social, existe uma série de aspectos culturas que levam ao êxito escolar e à ascensão social e que precisam ser analisados e pensados, sendo um deles a passagem de uma pessoa da classe inferior para a superior. Para o êxito escolar dois fatores são determinantes: a renda e o conhecimento dos familiares, pois a parcela de bons alunos em cresce em função da renda de suas famílias. O conhecimento dos membros da família está à frente da renda, o que significa aferir que para o sucesso da criança na escola, a cultura tem um valor maior do que o financeiro. Embora, geralmente os dois quase sempre apareçam atrelados. Isso quer dizer que o capital cultural possui uma relação direta com os atributos familiares – cultura e renda – como é exposto no parágrafo: “consequentemente, um modelo que leve em conta essas diferentes variáveis – e também as características demográficas do grupo familiar, como o tamanho da família – que permita fazer um cálculo muito preciso das esperanças de vida escolar” (BOURDIEU, 2007). Podemos analisar que Bourdieu atribuiu um valor muito maior à família do que a escola. Suas pesquisas demonstram que o capital cultural que mais rende para o sucesso escolar é formado pelas informações e conhecimentos relacionados ao mundo universitário, à facilidade verbal e à cultura livre adquirida nas