Histórico da Infância. Segundo Aurélio (2011) infância sf. 1. Período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento à puberdade; puerícia, meninice. 2. As crianças. 3. Figurado O primeiro período de existência de uma instituição, sociedade. Etimologicamente: do latim (infantia) IN (não) FANCIA (capacidade da fala), nessa perspectiva, a fase da infância seria caracterizada pela incapacidade de fala e de comportamentos esperados, considerados como manifestações irracionais. A infância se contraporia à vida adulta, pois os comportamentos considerados racionais seriam encontrados apenas nos indivíduos adultos e tal capacidade não seria possível às crianças. Pode-se observar que desde sua gênese, a palavra infância traz consigo a ideia de incapacidade, dando à eles uma condição subalterna diante da sociedade mais experiente. Sabe-se que biologicamente as crianças sempre existiram, porém elas não eram reconhecidas socialmente como uma categoria ou período da vida humana e nem sempre puderam vivenciar sua infância como nos dias atuais. Através de pesquisas iconográficas - por meio de pinturas, gravuras - afirmou-se que até a Idade Média não existia o sentimento de infância. As artes da época retratavam um mundo sem crianças ou não tentavam reproduzi-las. “No mundo das fórmulas românticas, e até o fim do século XIII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular e sim homens de tamanho reduzido”. (ARIÈS, 1981. p.51). Na Idade Média, as condições de higiene e saúde eram precárias e, por isso as taxas de mortalidade infantil eram altíssimas, sendo vistas como algo natural e comum. Quando as crianças sobreviviam, não tinham identidade própria até sua inserção – por volta dos sete anos – na sociedade, já que nesse período, eram consideradas pessoas capazes de compreender os adultos. No convívio adulto, compartilhavam de seus trabalhos e jogos, mesmo não estando preparada física e psicologicamente para tais atividades.