Pedagogia Profana - Resenha
O livro escrito por Jorge Larrosa, Pedagogia Profana, faz um resgate de suas obras que foram publicadas entre 1994 e 1998. O livro consiste três partes abordando várias facetas profanas da realidade que a pedagogia tende a tornar sagradas, tratando de forma desafiadora e audaciosa, iniciando pelo título da obra e assim nas entrelinhas do livro. A obra elabora um texto intertextual onde a interpretação é posta não como um dado a ser extraído de seu discurso, mas como uma construção pessoal do leitor.
Larrosa busca argumentos para relatar a maneira que ele encara a pedagogia, aborda termos como experiência e liberdade, de maneira a colocar o leitor a pensar, navegando em sua obra na companhia de escritores como: Rousseau, Rilke, Peter Handke, Pirandello, J. Lezama., onde a intertextualidade e a interdisciplinaridade são os métodos adotados para relatar sobre os valores que constroem o indivíduo, apresentados ao educando na biblioteca muito mais do que na sala de aula.
Passando pelas páginas da obra, nos deparamos com a primeira sessão que recebe o nome de “Como se torna a ser o que se é”. Nela o autor faz uma análise sobre as Confissões de Rousseau, um texto que abre espaço para a compreensão sobre a identidade do ser humano que vai de encontro a consciência de seu lugar no mundo e de como se dá a aquisição desse conhecimento. Articulando assim a ideia de formação, nesse capítulo é evidenciada a presença da filosofia nietzschiana. O autor relata a construção do sujeito como não linear nem homogênea, não tendo um caminho ou uma receita a ser seguida para traçar o que se é.
A segunda parte titulada como "A experiência da leitura", busca a partir dos pensamentos de Peter Handke analisar e redefinir os termos experiência e liberdade confronta com a presença existente na leitura a questão do controle pedagógico e da sua relação com a formação e a transformação daquilo que somos. Para Larrosa a leitura deve ser inquietante e não