pedagogia hospitalar
O que tratamos anteriormente nos permite indicar algumas "teses" de modo a oferecer conclusões em relação aos temas desenvolvidos no leme deste livro.' Primeira tese
Ao contrário daqueles autores que defendem a herda da centralidade da categoria trabalho na sociedade contemporanea, as tendências em curso, quer em direção a uma maior intelectualização do trabalho fabril ou ao incremento do trabalho qualificado, quer em direção à desqualificação ou à sua subproletarização, não permitem concluir pela perda desta centralidade no universo de uma sociedade produtora de mercadorias.
Ainda que presenciando uma redução quantitativa (com repercussões qualitativas) no mundo produtivo, o trabalho abstrato cumpre papel decisivo na criação de valores de troca. As mercadorias geradas no mundo do capital resultam da atividade (manual e/ou intelectual) que decorre do trabalho humano em interação com os meios de produção. A "diminuição do fator subjetivo do processo de trabalho em relação aos seus fatores objetivos" ou "o aumento crescente do capital constante em relação ao variável" reduz relativamente, mas não elimina, o papel do trabalho coletivo na produção de valores de troca (Marx, 1975: 723-724). Os produtos criados pela Toyota, Benetton ou Volvo, por exemplo, não são outra coisa senão mercadoria que resultam da interação entre trabalho vivo e trabalho morto, capital variável e capital constante. Mesmo num processo produtivo_ tecnologicamente avançado (onde se
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pudesse presenciar o predomínio de atividades mais intelectualizadas, mais qualificadas), ainda assim a criação de valores de troca seria resultado dessa articulação entre os trabalhos vivo e morto. Parece difícil imaginar diferentemente quando se considera o sistema produtor de mercadorias em escala global. A redução