Pedagogia histórico-crítica: aspectos históricos, filosóficos e metodológicos
1. Aspectos históricos e o surgimento da Pedagogia Histórico-Crítica
Baseada no materialismo histórico de Karl Marx, a pedagogia histórico-crítica surge em meio ao desenvolvimento de análises críticas da educação no início da década de 1980 e está relacionada à construção de uma sociedade levando em conta seus aspectos culturais, políticos e sociais.
Em meio a um contexto no qual a pedagogia crítico-reprodutivista vigorava, os anseios da população brasileira – imersa na ditadura militar – só crescia em busca de alguma alternativa viável que pudesse dar fim a tal conjuntura. A pedagogia crítico-reprodutivista não poderia atender a essa necessidade, pois não tinha uma proposta de orientação; fazia apenas a crítica do existente, provando que o papel que desempenhava era de pura reprodução, trata-se então de teorias sobre a educação e não de teorias da educação.
Anteriores à teoria crítico-reprodutivista, predominaram a Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia Tecnicista. Na pedagogia Tradicional (1930) o professor é visto como centro de todo conhecimento com uma prática autoritária e inibidora da participação do aluno. Surge então a Pedagogia Nova (1932), onde os papeis se invertem e o aluno passa a ser o centro da ação de educar, toda a prática é voltada a ele; o professor apenas auxilia o desenvolvimento da criança. E em meados dos anos de 1950, surge a pedagogia tecnicista, na qual o aluno é submetido a um processo de controle de comportamento.
A busca pela superação desses limites encontrados em tais teorias permite o surgimento da pedagogia histórco-crítica, na qual Dermeval Saviani procura fazer uma abordagem dialética para a relação com a sociedade, onde ambas se influenciam mutuamente. Segundo Saviani:
“Para a pedagogia histórico-crítica, educação é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada