2- A CONCEPÇÃO FREIREANA DA PEDAGÓGIA DO OPRIMIDO Paulo Freire em sua obra " A pedagógia do oprimido" define a educação como principal responsável pelo conhecimento adquirido pelo homem e que causa sua própria libertação, pois, o mesmo passa a refletir criticamente a sua realidade social saindo da condição de oprimido. Trata-se da consciência tomando posse do próprio homem que por sua vez, se reconhece como sujeito indagador e transformador. " A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica na ação e na reflexão dos homens sobre o mundo para transformá -lo." (FREIRE, 1970, p.38)". A consistência de sua obra está embasada na contradição entre opressor e oprimido, ou seja, entre ser mais e ser menos. "Os oprimidos, como objetos, como quase “coisas", não têm finalidades. As suas, são as finalidades que lhes prescrevem os opressores." (FREIRE, 1970, p.26), o que em algum momento os levaram a lutarem contra os seres menos que os desumanizam. Isso só é possivel através de uma reflexão crítica da sua própria realidade ou da realidade coletiva da classe. "A consciência é essa misteriosa e contraditória capacidade que tem o homem de distanciar-se das coisas para fazê-las presentes, imediatamente presentes. É a presença que tem o poder de presentifìcar: não é representação, mas condição de apresentação. É um comportar-se do homem frente ao meio que o envolve, transformando-o em mundo humano. Absorvido pelo meio natural, responde a estímulos; e o coito de suas respostas mede-se por sua maior ou menor adaptação: naturaliza-se. Despegado de seu meio vital, por virtude da consciência, enfrenta as coisas objetivando-as, e enfrenta-se com elas, que deixam de ser simples estímulos, pura se tornarem desafios. O meio envolvente não o fecha, limita-o – o que supõe a consciência do além-limite. Por isto, porque se projeta intencionalmente além do limite que tenta