Pedagogia da autonomia
Nos primeiros momentos de seu livro, Paulo Freire levanta a questão da reflexão crítica em relação à prática e coloca a importância dessa reflexão no tangente a toda e qualquer prática, pois assim fica claro perceber que se faz necessário conhecer os elementos formadores da ação a ser realizada para que dessa forma, compreenda-se que estes mesmo elementos interferem diretamente no processo, implicando em modificações e ampliações de conhecimentos. Ao colocar essa idéia, reforça que dentro da prática pedagógica, ensinar não representa apenas transmitir e acumular informações e conhecimentos em outra pessoa; que o ato de ensinar é irrevogavelmente, uma troca de saberes que vão sendo construídos ao longo do processo e que aprender está em ambos os lados. Isso nos leva a crer numa verdade que muitos educadores ignoram: aluno e professor não assumem importância diferenciada, já que não há professor sem existir aluno. De acordo com Freire (p. 14) “nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador”. Esta afirmação vem seguida de uma significativa idéia onde o autor aponta o fato de que o conhecimento deve estar sempre se renovando. Dessa forma, é de uma arrogância extrema, o professor que pensa saber tudo, pois estar sempre aberto às mudanças promovidas pelos conhecimentos ainda inexistentes, é fator primordial. Quanto ao respeito pelos saberes do educando, Freire mostra a importância de incluir a realidade de quem aprende interligada aos conteúdos ministrados nas escolas, assim ao questionar essa realidade que geralmente é muito cheia de falhas, o indivíduo começa aos poucos, a se tronar um ser crítico, capaz de compreender, avaliar, modificar e transformar sua realidade. Reconhecer e valorizar a autonomia do educando, prepará-lo ideologicamente e compreender que estes são merecedores de respeito e afetividade por parte de seus educadores, formam um