pedagogia da autonomia
FREIRE. P. Pedagogia da autonomia/saberes necessários a pratica educativa. Ega,2002.
Capitulo 1
Não há docência sem deiscência
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém. Por isso é que do ponto de vista gramatical, o vero ensinar é o verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto-alguma coisa- e um objeto indireto- a alguém. Do ponto de vista democrático em que me situo, mas também do ponto de vista da radicalidade metafisica em que me coloco e de que decorre minha compreensão do homem e da mulher como seres históricos e inacabados, e sobre que se funda aminha inteligência do processo de conhecer, ensinar é algo mais que um verbo transitivo relativo. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao longo dos tempos, mulheres e homens perceberam que era possível – depois, preciso – trabalhar as maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que inexiste validade do ensino que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi aprendido não pode realmente aprendido pelo aprendiz.
Quando vivemos a autenticidade exigida pela pratica de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica,