Peca
A pobreza é a condição mais visível de desigualdade em nosso cotidiano. Na idade média: o pobre é um complemento do rico. A condição de nascença definia a pobreza e positivamente ela despertava a caridade e compaixão. Surgem situações compensatórias aonde chegam às expressões: “pobres em virtude” ou “ricos em espiritualidade”. Os ricos tem uma obrigação moral de ajudar os pobres.
Temos várias compreensões de pobreza: A pobreza é uma desgraça causada pela guerra ou adversidades (doenças, deformidades físicas). No século XVI a pobreza é ambígua sendo pobreza de Cristo e perigo para a sociedade, sendo necessária disciplina e enquadramento. O Estado herda a função de cuidar dos pobres. Com o crescimento da produção e assim a crescente mão de obra, a pobreza é interpretada como preguiça e indolência dos que não querem trabalhar, para submeter a todos a condição de trabalho industrial. No século XVIII o liberalismo justifica a pobreza; as pessoas são responsáveis pelo seu destino e ninguém tem obrigações para ajudar o pobre.
A partir das teorias econômicas de Malthus, se dizia que toda assistência social aos pobres deve ser repudiada, pois teriam mais filhos, aumentando sua miséria. Recomendava-se a abstinência sexual e casamento tardio.
No século XIX difunde-se a ideia de que o trabalhador é perigoso: poderiam transmitir doenças e viviam em condições precárias de higiene, saúde e saneamento e podia rebelar-se contra outras classes questionando a riqueza e poder.
A casta impura do Japão
Os burakumin, descendentes da casta medieval de trabalhadores de funções consideradas impuras, convivem até hoje com o preconceito.
De todas as minorias no Japão, poucas sentem de maneira tão intensa o preconceito quanto os burakumin, grupo que representa de 3% a 2% da população japonesa.
O que é curioso na chamada “questão burakumin” é que o preconceito com o grupo não se baseia em critérios étnicos ou sociais propriamente, mas