Paulo
Em Portugal o processo de instauração do Romantismo foi lento e incerto. Enquanto o romantismo de Delacroix avançava já para um projeto renascentista e o realismo tomava forma no horizonte parisiense, o romantismo português procurava ainda afirmar-se.
A implantação do romantismo em Portugal ocorreu num contexto sócio-político. Foram os anos posteriores às invasões francesas, que tinham originado o refúgio da corte portuguesa no Brasil e é também o tempo em que o desejo de independência dessa colônia ganha força. Na metrópole multiplicam-se as lojas maçônicas e germinaram os ideais liberais.
Travavam-se as lutas civis entre miguelistas e liberais, e, por duas vezes, depois da Vilafrancada e da Abjuração da Carta, muitos partidários de D. Pedro tiveram de exilar-se em Inglaterra e França. Dois desses partidários eram os jovens escritores Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
Segundo alguns autores, o romantismo afirmou-se em Portugal como uma cultura de importação. Só compensou distâncias e atrasos pela via indireta dos exílios a que se sujeitaram Garrett e Herculano. Foi longe da pátria que estes autores conceberam a idéia de criar uma literatura nova, de caráter nacional e popular.
Em 1825, Garrett publicou o poema Camões que passou a ser considerado o ponto de partida para a fixação da cronologia do romantismo português.
Garrett e Herculano entenderam a literatura como tarefa cívica, como meio de ação pedagógica.
Portugal era um país pequeno e decaído, saudoso da grandeza perdida. Esses patriotas, confiantes nas virtudes da liberdade, propuseram contribuir para um renascimento pátrio.
O romantismo constituiu uma tomada de consciência e uma conquista dum senso histórico e dum senso crítico novo aplicado aos fenômenos da cultura. Começou-se a relacionar o Homem com o meio a que pertencia e a época de que era produto.
Características
Neologismo, linguagem oral. Dicção mais solta e mais compatível com o gosto