paulo freire
Jaqueline Santos Picetti
Esse texto é um extrato de minha Proposta de Tese de Doutorado (Formação Contínua de Professores - tomada de consciência e transformação do fazer pedagógico) defendida em setembro de 2005 no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Esse extrato refere-se aos estudos que venho realizando no decorrer de minha trajetória como educadora sobre os escritos de Paulo Freire, estudioso esse que muito tem me auxiliado a encontrar respostas e novos questionamentos em relação à educação, possibilitando-me avanços bastante significativos.
Em muitos de seus escritos1, Freire reporta-se ao conceito de conscientização para explicar diferentes situações de aprendizagem e de engajamentos que requerem um compromisso ético-político-social. Nesse momento, convido-os a tentarmos nos aprofundar nesse conceito para que possamos melhor pensar sobre nossa atuação em sala de aula, principalmente nos reportando ao grande desafio que é ser professor da Educação de Jovens a Adultos no nosso país.
O Compromisso com a Educação e a Transformação do Fazer Pedagógico
Freire (2003) refere-se no livro Educação e Mudança, ao fato de que o compromisso do profissional da educação e a sua expressão final é a definição do pólo para o qual esses compromissos se orientam e no qual o ato comprometido aparentemente terminaria.
Aproxima-se da essência do ato comprometido quando se chega à natureza do ser que é capaz de se comprometer. A capacidade de agir e refletir é a primeira condição para que uma pessoa possa assumir um ato comprometido. Quando uma pessoa é capaz de ao estar no mundo, saber-se nele, também possui, então, a capacidade de direcionar a sua consciência para a forma de estar sendo, que condiciona sua consciência de estar.
Apenas uma pessoa que consegue distanciar-se do seu contexto para ficar com ele, admirá-lo para, objetivando-o, transformá-lo e, transformando-o, saber-se