Paulo de tarso - divulgador do evangelho
Por: Flávio Castro Nogueira da Gama
Paulo nascera em família apegada à mais rigorosa tradição judaica. Viveu os primeiros anos de vida em Tarso, capital da Cilicia, na Ásia menor, uma cidade grega cosmopolita, com 500 mil habitantes, que gozava do privilégio de ser livre e possuir vida própria, embora estivesse sob o jugo de Roma. Era uma importante não só como centro comercial, mas também como sede de grande universidade.
Embora durante a infância tenha sido educado nos rigores do Judaísmo, vivia livremente num ambiente sem preconceitos, com outras crianças israelitas e de famílias dos gentios, numa convivência muito amistosa - sendo provável que, assim, tenha adquirido as bases para a formação universalista que iria demonstrar mais tarde, como apóstolo de Jesus.
Paulo desfrutava de tríplice cidadania: israelita, por sua herança familiar; grega, em virtude de Tarso localizar-se na Grécia; e romana, por concessão do Império Romano, já que fazia parte de seus domínios. Aprendeu, desse modo, a falar a língua hebraica; o grego - utilizado para escrever suas famosas epístolas; e o latim, que era a língua oficial nas escolas que freqüentou.
Cuidaram seus pais, ainda, para que tivesse uma formação humanística, contratando um professor de literatura grega para completar seus estudos. Em Tarso eram também ensinadas as mais elevadas doutrinas morais. Desde cedo manifestou seus pendores pela liderança entre seus pares.
Tornou-se um homem de poderosa inteligência e de considerável cultura para a época. E como todo judeu ortodoxo do seu tempo, não podia admitir a ameaça que a revolucionária pregação de Jesus representava para a estrutura religiosa milenarmente estabelecida em Israel.
Desse modo, Paulo sagrou-se doutor da Lei, um rabino notável, com profundos conhecimentos da tradição hebraica, grega e romana, pelo que sua versatilidade lingüística e esmerada oratória proporcionaram que se tornasse