Paulo cesar da costa gomes
O autor apresenta três questões essenciais para se repensar o discurso pós-moderno. Gomes não se mostra convencido da pós- modernidade enquanto movimento integral de ruptura da moderdidade.
Vamos às questões:
Questão 1/ ao lado de uma concepção da pós-modernidade tida como radical novidade e como o fim da modernidade, um outra interpretação começa a ser vislumbrada, buscando nestas manifestações mais atuais vínculos e identidades com outros momentos de contestação ao poder absoluto da razão, ocorridos também no decurso da modernidade, tais como: na Antiguidade – Heráclito; na Idade Média – místicos e alquimistas; na Idade Moderna – Goethe, Nerval, Yates, Schelling,
Von Baader, Heidegger, Jung. De modo que, do fim do sec XVIII ao começo do XIX; e do final do XIX ao começo do sec XX, surgiram, na modernidade, movimentos de veemência contestadora tais como as apresentadas no discurso pós-moderno. Para o autor, as idéias de
Parmênides e as de Heráclito, norteiam no desdobramento dos séculos, até a modernidade, os dois campos de debates (pólos epistemológicos) que ele apresentará a seguir.
Questão 2/ não seria o pós-moderno exatamente um slogan que permite incorporar sub-repticiamente a herança das reações que a modernidade cultural recebem contra ela desde meados de séc XIX?
Questão 3/ a modernidade, freqüentemente apresentada como um período totalmente dominado pela racionalidade, constrói sua identidade muito mais sob a forma de um duplo caráter: de um lado, o território da razão, das instituições do saber