Pater Familias
Pater familias (plural: patres familias) era o mais elevado estatuto familiar (status familiae) na Roma Antiga, sempre uma posição masculina. O termo é Latim e significa, literalmente, "pai da família". A forma é irregular e arcaica em Latim, preservando a antiga terminação do genitivo em -as. O termo pater se refere a um território ou jurisdição governada por um patriarca. O uso do termo no sentido de orientação masculina da organização social aparece pela primeira vez entre os hebreus no século IV para qualificar o líder de uma sociedade judaica; o termo seria originário do grego helenístico para denominar um líder de comunidade. Do termo deriva-se a palavra pátria. Pátria relaciona-se ao conceito de país, do italiano paese, por sua vez originário do latim pagus, aldeia, donde também vem pagão. Pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.
Pater Familias
A expressão latina é pater familias, com «s», e não pater familiae, porque se manteve um genitivo arcaico, tal como noutras expressões relativas a uma qualidade jurídica e familiar, designadamente em filius familias. Já nesse tempo a gíria dos juristas era muito conservadora... O pater romano não é um «pai» dos nossos, mas sim um chefe. Pai meramente biológico é o genitor. E os filii famílias podiam não ser filhos, mas irmãos, sobrinhos ou filhos aditivos. As estruturas sociais romanas concebem esta familia como uma unidade econômica e jurídica subordinada a uma pessoa. Aliás, a palavra latina família representava originalmente o conjunto dos famuli (servos, escravos) que viviam sob o mesmo teto. E a família era a unidade social básica, mais importante, por exemplo, do que a gens (o clã). Ainda hoje, muitas comunidades ditas tradicionais conservam sistemas semelhantes. Quem já viveu nalguma das ex‑colónias portuguesas em África (ou em muitos outros países) tê-lo-á observado diretamente. São impressionantes as parecenças entre culturas tão afastadas! Deste estatuto do pater resultou a