Passos
Em uma suas tantas parábolas, Jesus Cristo nos fala sobre o joio e o trigo. O primeiro, a semente ruim; o outro, a boa semente. Por serem parecidas, acabam sendo lançadas juntas no mesmo campo. E juntas acabam por crescer. O joio, porém, é uma planta que sufoca as que crescem perto dela, impedindo seu desenvolvimento. O trigo, por sua vez, é a semente que vai gerar o pão que alimenta corpo e alma. Se o joio não for arrancado a tempo poderá estragar toda uma plantação. Mais: muitas vezes é necessário que cresça junto com o trigo, pois o ato de arrancá-lo pode comprometer também a boa planta. Na colheita é necessário separá-los e lançar fora o joio que de nada serve para o homem e preservar o trigo que se tornará alimento.
Jesus nos conta essa parábola para comparar com as características de ambas as plantas a natureza humana. Trazemos dentro de nós a boa e a má semente; a bondade e a maldade; o divino e o pecado. Muitas vezes fazemos papel de joio, sufocando aqueles que nos cercam, sem entender-lhes as razões, embotados que ficamos em nosso próprio egoísmo. Muitas vezes somos trigo, alimentando nosso irmão com ações concretas de ajuda ou com nossas orações ou, ainda, apoio moral e afetivo.
Como joio precisamos também ser lançados fora para que não prejudiquemos nossos semelhantes. É isso que Jesus vai dizer ao final de sua parábola: não poderemos ser salvos se vivermos uma vida em que nossa porção joio seja a que mais aparece. Ao contrário, precisamos conviver com este mal que existe em nós e aprender-lhe os caminhos por onde ele aparece. E, assim, quando chegar a época de crescer junto com o trigo, poder conhecer-lhe os movimentos e, assim, ter cuidado de não deixar o mal tomar conta de nosso coração. E, além disso, quando chegar a época da colheita poderemos ver que nossas boas ações suplantam as más e que o divino é o que brilha em nossas atitudes.
Joio e trigo sementes que crescem juntas no coração