Passarola
Bartolomeu Lourenço distingue-se dos demais pela valorização da imaginação e do sonho e a capacidade de criar/ inventar: «Porque eu voei», para voar foi preciso dar asas à imaginação e possuir os conhecimentos técnicos e científicos que levaram à construção de máquinas voadoras:
«Pois eu faz dois anos que voei, primeiro fiz um balão que ardeu, depois construí outro que subiu até ao teto duma sala do paço, enfim outro que saiu por uma janela da Casa da Índia e ninguém tornou a ver» VI, p81
Bartolomeu Lourenço acredita no poder do Homem para concretizar o que parece impossível, como é o caso de voar, e vê no seu invento um prolongamento de si mesmo já que se trata da materialização da sua imaginação: «Voaram os balões, foi o mesmo que ter voado eu» VI, p. 81
E perante a desconfiança expressa por Baltasar quando afirma «Voar balão não é voar homem», VI, p. 81
Bartolomeu esclarece que a concretização dos sonhos e do progresso da Humanidade se realiza por etapas, por isso o importante é que o homem tente pôr em prática os seus projetos, mesmo sabendo que o percurso que o leva à concretização das suas ambições máximas é penoso e longo:
«O homem primeiro tropeça, depois anda, depois corre, um dia voará, respondeu Bartolomeu
Lourenço» (VI, p. 81).
Bartolomeu Lourenço convida Baltasar a acompanhá-lo até S. Sebastião da Pedreira e pelo caminho informa Baltasar acerca do nome que deram ao seu invento, «passarola», nome que «Assim lhe têm chamado por desprezo.» (VI, p.84)
Baltasar e Blimunda mudam-se para a quinta do Duque de Aveiro, em São Sebastião da Pedreira, para trabalhar na construção da máquina de voar do Padre Bartolomeu Lourenço.
Capítulo IX:
“Outro ferro anda agora no alforge de Sete-Sóis, é a chave da quinta do duque de Aveiro, (..) podia enfim adiantar-se a construção da máquina de voar (..)” Página 117
“E sendo a Costa do Castelo longe de São Sebastião da Pedreira, de mais para ir e vir todos os dias, decidiu Blimunda