PASSADO E PRESENTE: A MEMÓRIA GRAVASA

1431 palavras 6 páginas
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Frutos da Memória: Passado e Presente
A Gravura como Memória
Anne de Araújo Baliza – RA: 090427
Orientador: Prof. Dr. Marcio Donato Périgo

Campinas
2011

Introdução
O processo criativo é, para mim, algo muito misterioso e cativante. A impossibilidade que considero haver de ter consciência daquilo que se produz no momento exato em que se está criando algo como um trabalho de arte sempre me põe às voltas, a matutar.
Foi principalmente por causa dessa curiosidade e impossibilidade de definição que me senti tão atraída pela gravura. No processo de fazer gravura, apesar de ser verdade que não podemos ver a imagem produzida na chapa de metal, ou na madeira, até que esta seja convertida em estampa pela impressão, cada prova de estado, no entanto, dá-nos a possibilidade de visualizar cada passo e a menor mudança feita na composição da imagem, à medida que se burila a matriz e se imprime uma nova prova. Prova de estado, como o próprio nome já diz, é algo temporário, que pressupõe mudança (s) que ocorrerá (ão) até a finalização, até que aquele estado de composição torne-se obra, seja obra.
Aparentemente diferente do que acontece quando se produz um desenho ou uma pintura, por exemplo, em que, mesmo se houver esboços, muitas vezes não é possível para o artista ter consciência de como aquela imagem final apresentada era antes de ter sido feito este ou aquele traço ou antes de ter sido ali depositada esta ou aquela tinta.
Falamos então da possibilidade de registro de etapas no processo criativo de uma imagem/obra que o processo de fazer uma gravura nos oferece. Ao deixar gravada em si cada marca, cada arranhão, mesmo aquilo que não foi intencional, ou que já estava presente na matriz antes mesmo que nossas mãos a tocassem, a matriz adquire uma memória, já assim afirmava o artista e gravurista Ernesto Bonato¹. Memória adquirida pelo registro desses incidentes acontecidos na superfície da matriz.
De maneira

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