Paródia navio negreiro de castro alves
Estamos cá em pleno Teatro
Brinca a criança, tão iluminada
E as coxias escondem-na, a
Clara e transcendente pureza
Estamos cá em pleno Teatro
Onde astros brilham feito firmamento
E ele em troca faz de conta que a tristeza não existe no coração
Que doçe harmonia traz o som
Música serena nos agita
Meu Deus, como é sublime a Orquestra
Que excede os limites ordinários
Homens do teatro, empregados!
Cujos ouvidos sentiram sinfonias
Rosa vermelha que o palco plantou
No berço da ternura a voar
Deixe beber, selvagem poesia
Esta selvagem, linda melodia
Orquestra é o som que vibra as paredes
E o piano que nas cordas assobia...
SEGUNDO CANTO
Desçe do espaço imenso, Rosa ingênua
Desçe mais... ainda mais... Não pode olhar pra dentro
Como mergulhar de tua alma na ópera
Que quadro d'amarguras diante dos olhos
Que violino funério abaixo vem
Oh! Que peça infame... Meus Deus Meu Deus, que horror!
QUARTO CANTO
Era um pesadelo urbano... aquelas escadarias.
Nas ruas o pedestre corre entre os carros um triz de...
...Em sangue se banhar.
Buzinas, comerciantes, murmurosos embriagados...
Legiões de homens fatigados,
Ermos na multidão
Pobres homens, selvagens alcoolizados
Magros, imundos, filhos de Dioniso
Banham-se na vodca
Rosa, sozinha, espantada
Pela multidão turbulenta é arrastada
Em pranto e revolta vã!
E a orquestra desconjuntada, foragidos de Evo,
Com espetáculo interminável tocam
A flauta de Pãnico
Se o carro breca, o motorista xinga
Ouvem-se gritos... a buzina sopra
E mais e mais alta.
A capitã, que espantara Rosa, já estava ali
Sob o céu cinza que se desdobra
Teso sobre os prédios
Sentada entre a turba, Rosa lembra do Satanás a gritar
"Não quero cultura aqui e joga fora essa mesa Ramosiana!
Não ouse nos