Parto Um ato sozial
No texto “Parto – Um acto social”, Sheila Kitzinger aborda uma visão amplamente cultural sobre o parto ao redor do mundo. Visão esta que retrata as fases da gravidez, o parto e o puerpério, detalhando rituais e crenças individuais de determinadas sociedades, deixando claro que o parto não é apenas um ato biológico, mas (principalmente) um ato social. Isto porque “o parto afeta a relação não só entre marido e mulher, mas entre todos os membros do clã e os grupos de descendência que ambos se inserem. Também é social porque define a identidade da mulher de uma nova forma: agora ela é mãe.”
No que diz respeito a instinto, cultura e sociedade, Sheila especifica que a gravidez é um rito de passagem muito importante na vida das mulheres e, em muitas sociedades, uma moça só se torna mulher, de fato, quando dá à luz a uma criança. Em outras, o casamento é consumado somente após o nascimento do primeiro filho. Além disso, a autora ainda cita o que é de conhecimento de muitos: “quanto mais o parto for controlado por obstetras, shamans ou feiticeiros, maior será a probabilidade de que o comportamento da mãe seja afetado por fatores externos e sociais e não por fatores internos provenientes de seu próprio corpo.” Devemos concordar com isto, porque, de fato, quanto mais intervenções de terceiros no parto, menos “ligada” ao mesmo a mulher se sentirá, fazendo com que o parto agregue maior valor cultural e social do que valor instintivo.
Embora a mulher seja capaz de parir sozinha, o parto é definido pela carga cultural que a gestante e sua família carregam, reflete seus valores e varia muito de acordo com a sociedade em que vivem. Sendo assim, o parto quase nunca é casual, ao invés disso, é cheio de rituais, costumes, proibições e preconceitos.
Existem vários modos de a mulher se preparar para o parto e muitas sociedades oferecem um tipo de curso com a intenção de tornar a mulher forte o suficiente para dar à luz, e ainda existe uma crença