Partido Justicialista
O âmbito argentino anterior ao governo de Juan Domingo Perón é marcado por tensões sociais advindos principalmente após a crise de 29. As três primeiras décadas do século XX na Argentina, são caracterizadas pela política de europeização da sociedade e da conquista de prosperidade econômica, fruto do modelo agroexportador que abastecia os mercados da Europa. No ano de 1930, através de um golpe de Estado, os liberais retomam o poder valorizando a política exportadora como base de seu governo. Essa proposta fica ilustrada com o Pacto de Roca-Runciman, de 1933, no qual a Argentina oferece concessões à Inglaterra em troca da manutenção de seu comércio agrário. A década de 30 na Argentina é tratada como infame, visto que foi um período de conturbação econômica relativos à crise, e política, por conta das arbitrariedades e fraudes para a legitimação do governo liberal. Esse cenário político-econômico vivido na Argentina reforçado pela eclosão da Segunda Guerra Mundial, que provocou uma ambiguidade de pensamento em relação a apoiar o Eixo ou os Aliados, serviu de base para um novo golpe de Estado. O GOU (Grupo de Oficiales Unidos) caracterizado por um forte traço nacionalista, autoritarista e antiliberal, e com apoio de instituições de prestígio como a Igreja Católica, em 1943 promove um golpe de Estado “expulsando” os liberais do poder. Nesse mesmo ano Perón já se destacava no meio político, acumulando funções de vice-presidente, ministro da Guerra, além assumir a Secretaria de Trabajo y Previsión, onde por meio de algumas reformas, como a do Estatuto do Peão reconhecendo o valor dos “humildes campesinos”, concessão de aumentos salariais e instituição do aguinaldo (13° salário) e cumprimento das leis trabalhistas, pretendia angariar apoio das massas trabalhadoras. É importante ressaltar que Perón tinha objetivos de desmantelar os sindicatos que se contrapunham ao seu poder, reformando e submetendo os mesmos as decisões estatais, contudo Miguel