Partica educacional
NATURALISMO PEDAGÓGICO NO EMÍLIO DE ROUSSEAU
Profa. Dra. Janete de Aguirre Bervique
Docente do Curso de Psicologia FASU / ACEG – Garça, SP
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RESUMO
O objetivo básico deste estudo é mostrar como Jean-Jacques ROUSSEAU (séc. XVIII) constrói sua teoria naturalista de educação, tendo em vista o processo de desenvolvimento da criança e do adolescente, incluindo três estágios, em consonância com o papel da Natureza em oposição à sociedade, nesse paradigma educacional.
A concepção educativa que vê na natureza o fim e o método de ensino; a natureza é, pois, considerada como realidade suprema, da qual emanam toda a lei e toda a ciência. O líder desse movimento foi ROUSSEAU (1), que propôs a fé na natureza, em substituição à lei da razão.
O século anterior fora dominado pelo racionalismo, pelo intelectualismo, pela idéia desenvolvida no Renascimento de que a educação consiste no domínio de livros e de formas. Esse sentido formalista dominará, também, a religião e a moral, mas toda essa erudição não conseguira melhorar o homem, moralmente.
ROUSSEAU, que fora amigo de DIDEROT, CONDILLAC e D’ALEMBERT (enciclopedista), partilhando de seus ideais e aspirações, rompeu com eles ao perceber, de repente, que o progresso das ciências e das artes contribuíra para corromper os costumes, que a faculdade de raciocínio dos intelectuais era cínica e egoísta e que não era possível basear a virtude apenas na razão. Voltou-se, como antes fizera DESCARTES, contra todas as formas de opressão: a educação formalista, que abrangia o ensino intelectual; a família que se assentava no interesse e não no amor; e a civilização que provocava a decadência da moral, tornando os homens fingidos e maus (2). ROUSSEAU achava que esse estado de vida era “não natural”, isto é, considerava a civilização como “um erro colossal e a sociedade a fonte de todo o mal” (3); entretanto, acreditava que nem tudo estava perdido, porque o homem, sendo capaz de perfeição, através de educação adequada à sua