parnasianismo
PARNASIANISMO
A Perfeição Formal
Rosa
(Pixinguinha)
Tu és, divina e graciosa,
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor.
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz,
Formada numa tela deslumbrante e bela,
Teu coração junto ao meu lanceado,
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu.
Tu és a forma ideal,
Estátua magistral, oh! alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor.
Tu és de Deus a soberana flor,
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor,
O riso, a fé e a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela,
És mãe da realeza,
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza.
Perdão, se ouso confessar-te,
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor, meu peito não resiste
Oh meu Deus! o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar.
Jurar, aos pés do onipotente,
Em preces comoventes de dor
E receber a unção de tua gratidão,
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos,
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer.
Última deusa
(Alberto de Oliveira)
Foram-se os deuses, foram-se, em verdade;
Mas das deusas alguma existe, alguma
Que tem teu ar, a tua majestade,
Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.
Ao ver-te com esse andar de divindade,
Como cercada de invisível bruma,
A gente à crença antiga se acostuma
E do Olimpo se lembra com saudade.
De lá trouxeste o olhar sereno e garço,
O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto,
Rútilo rola o teu cabelo esparso...
Pisas alheia terra... Essa tristeza
Que possuis é de estátua que ora extinto
Sente o culto da forma e da beleza.
Parnasianismo
ORIGENS
Etimológica: referência ao monte Parnaso (região