PARISITOLOGIA
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A MODERNIDADE NO CATOLICISMO A chegada à modernidade leva-nos a um real reconhecimento da situação do homem diante de Deus. Ele nos faz saber que devemos viver como homens que se arranjam sem ele, pois com Deus e diante dele, vivemos sem ele! Essa perspectiva situa os termos de uma dialética da ausência e da presença de Deus. Assim, é nesta ausência que surge o mistério de uma presença que a experiência dos totalitarismos, das atrocidades da guerra, das ambigüidades promovidas pela técnica, nos mostrou que a história da emancipação iluminista pode tornar-se trágica, frente as novas e mais cruéis alienações. Segundo Forte, “inicia-se uma autocrítica da crítica moderna, uma dialética do Iluminismo, que procura mostrar os limites da racionalidade, prisioneira de si mesma, que, de organizadora e manipuladora, com freqüência se torna organizada e manipulada ”. Enquanto isso, se esboça uma saudade do “totalmente outro”, redescobre-se a presença de um Deus que não concorre com o homem, antes disso, encontra-se a contradição do homem secular: com Deus e na presença de Deus, ele vive sem Deus.
A raiz dessa dialética do divino no mundo moderno deve ser procurada nos fatores que presidem o advento da modernidade e que caracteriza a tecnópolis: o maquinismo, a ciênciae a ideologia. Portanto, diante da emancipação do homem, como se coloca tudo isso frente o problema de Deus? Na verdade, o discurso sobre
Deus soa absurdo, vazio e não científico, onde a ideologia protesta contra um Deus que reduz o homem alienando-o do seu processo de libertação, à espera de um futuro prometido: a religião é o ópio que impele os oprimidos à resignação, e que os torna vítimas inertes e resignadas de seus senhores. Maquinismo, ciência e ideologia da emancipação parecem proclamar a morte de Deus. Mas é neste ponto, que se insinua a dúvida na consciência do homem moderno, onde os mestres da suspeita podem tornarem-se vítimas dos seus próprios