parecer social
Alexandrina Ferreira Mendes, Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Farmácia e Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra
Correspondência para afmendes@ff.uc.pt
Introdução: as doenças músculo-esqueléticas
Nos países desenvolvidos, a esperança de vida tem vindo a aumentar progressivamente nas últimas décadas, o que tem conduzido ao aumento da incidência de doenças não transmissíveis, entre as quais se destacam as que afectam o sistema músculo-esquelético. A este propósito, o Director-geral da Organização
Mundial de Saúde afirmou recentemente que “as doenças músculo-esqueléticas são a principal causa de morbilidade a nível mundial, tendo uma influência substancial na saúde e qualidade de vida das pessoas e infligindo uma enorme sobrecarga económica aos sistemas de saúde dos vários países” (WHO Technical Report Series
919. 2003). A necessidade de redução do impacto social e económico associado a estas doenças levou à declaração da “Década do Osso e da Articulação”, de 2000 a
2010, por um conjunto de sociedades médico-científicas de vários países e sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Os principais objectivos desta iniciativa são (“The initiative. Guest editorial”. Bone and Joint Decade Online): promover a tomada de consciência do peso crescente das doenças músculo-esqueléticas na sociedade promover a aquisição pelos doentes de uma atitude pró-activa relativamente aos seus cuidados de saúde promover meios de prevenção e tratamento economicamente efectivos avançar o conhecimento sobre as doenças músculo-esqueléticas através da investigação científica, para melhorar a sua prevenção e tratamento
Entre as patologias englobadas neste grupo nosológico, as doenças artríticas ou artrósicas são a principal causa de deficiência e incapacidade motora a nível mundial.
Estas doenças afectam as articulações móveis ou diartroses, nomeadamente as articulações sinoviais