Parecer do livro o príncipe, de nicolau maquiavel.
Parecer do livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Março/2012
Parecer do livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Roberto Rodrigues Campos
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. Lívio Xavier. [Ed. Especial]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
A obra O Príncipe, escrita por Nicolau Maquiavel, traz um olhar poderoso e perspicaz da mente de um mestre político que tem um senso de honestidade e desinibida franqueza que deixa o leitor indignado. No livro, Maquiavel assume uma posição sincera, e ainda cínica, ao construir suas ideias. O Príncipe é uma obra-prima da literatura mundial, um clássico, sem dúvida. O Prefácio de Lívio Xavier (tradução, prefácio e notas) fornece uma base sólida para o resto do livro para construir, por cima, o entendimento do leitor, e a visão de fundo de Maquiavel é essencial para entender a perspectiva de que ele escreve. Além disso, e talvez o mais valioso para a compreensão de Maquiavel, é a carta a um amigo a qual está incluída no final do livro (Carta de Maquiavel a Francesco Vettori). O estilo de escrita tem um tom muito autoritário, mas com um tom de conversa também. É como se Maquiavel tivesse grande confiança no que ele escreveu, dando por absoluto que os outros concordam com seus pontos de vista. Há muitos exemplos do tom de conversação, como o uso da primeira pessoa encontrado em muitas páginas, e alguns exemplos são os seguintes: "Não tratarei das repúblicas, pois em outros lugares falei a respeito delas” (p.17), "Uma vez que me referi às mais importantes das qualidades..." (p.71), e "Não tenho palavras para exprimir o amor e o entusiasmo..." (p.99). Esses são apenas alguns exemplos de Maquiavel a escrever conversação, e, talvez, a razão por detrás da escrita desta forma seja que ele sente que o leitor possa sentir mais envolvimento, ou seja, é como se chamar Maquiavel de mestre de manipulação não seja improvável,