Pare o extermínio juvenil
Julio Cesar De Lima
Os números da violência, principalmente nas regiões metropolitanas, há tempo, colocam o Brasil no topo do ranking dos países que mais vitimam suas juventudes. Segundo o Relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, em média, diariamente, 54 jovens são vítimas de homicídio. Um estudo inédito divulgado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos - SEDH- estima que em sete anos, mais de 33 mil adolescentes serão assassinados. A Organização das Nações Unidas - ONU - alerta que são os jovens entre 15 e 24 anos de idade os que mais sofrem agressões físicas, sobretudo, negros e negras.
Diante da perversidade deste quadro, os próprios jovens têm se posicionado, muitas vezes, com medo e pavor, outras com resignação e em alguns casos com indiferença. São poucos os que sozinhos conseguem forças para buscar alternativas de superação da violência, o que conduz ao crescimento do sentimento de impotência, desânimo e mal-estar diante da própria vida e diante da vida do restante da população. A situação passou dos limites e continua urgente.
Não há dúvida de que as medidas para o fim da violência e implementação da paz terão alcance muito reduzido se permanecerem no campo restrito da resposta à violência. Inúmeras experiências ao longo dos séculos nos dão prova disso. Basta verificarmos, por exemplo, os esforços e orçamentos das nações, em geral, no que diz respeito à edificação de escolas e construção de presídios. A superação da violência exige uma transformação cultural. Para isso, é preciso ações de sensibilização e conscientização junto aos órgãos de Segurança Pública; acompanhamento e denúncia das violações de direitos humanos praticadas pela mídia; organização permanente de atividades que visibilizem tal realidade e, sobretudo, a formação explícita da juventude para os valores da paz e da não-violência.
Nesse sentido, o preâmbulo da constituição da Organização das Nações Unidas para a