Paramiloidose
Esta doença foi descoberta, pelo Dr. Corina de Andrade, em 1939, quando observou o seu primeiro doente, com paramiloidose, na Póvoa de Varzim. O professor detectou esta doença ao observar os pescadores da zona da Póvoa de Varzim que não sentiam dor quando se cortavam nas cordas ou se queimavam com os cigarros. Este médico começou a estudar a doença com profundidade, em 1951-1952, e publicou os primeiros artigos sobre paramiloidose.
Ao longo de quase 30 anos, foram estudados diversos aspectos desta doença, nas várias especialidades, tais como: Neurologia, Cardiologia, Genética e, principalmente, no campo da
Bioquímica.
Desde o nascimento, o sangue dos indivíduos doentes apresenta a proteína anormal, que se forma a partir da troca de um aminoácido por outro. Assim, pode-se saber quem são os transmissores da doença e os possíveis futuros doentes. Esta proteína é caracterizada por provocar a degenerescência progressiva dos nervos periféricos que regulam o funcionamento de todos os órgãos do corpo. Quanto mais longos forem os troncos nervosos, mais precocemente serão afectados. Os primeiros sintomas da doença surgem ao nível dos pés progredindo para outras zonas do corpo.
Após a descrição original do Dr. Corina, no qual se referem 12 famílias afectadas, o número de pacientes tem vindo a crescer, até à relativa estabilização nos últimos anos.
Calcula-se que 50 novos doentes surgem cada ano.
A doença, com origem na região da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, ter-se-ia espalhado, primeiro, pela costa, com as deslocações dos pescadores, mais tarde, devido à revolução industrial, para as grandes cidades e para o