Paralisado é parado?

Paralisado é parado?

Quando ouvia falar em paralisia cerebral, naturalmente, entendia que se tratava de alguma enfermidade que envolvesse alguma espécie de deficiência mental. E durante muitos anos fiquei com essa impressão, sem saber que, em realidade, paralisia cerebral não significa debilidade mental, muito menos falta de inteligência e compreensão das coisas que nos envolvem. Também, na minha ignorância ao ver ou ouvir falar de pessoas paralíticas, tinha a impressão de que elas não podiam fazer qualquer coisa que fosse necessário um esforço, físico ou mental. Claro, estava plenamente enganada sobre essas coisas, fruto do meu total desconhecimento do assunto “paralisia intelectual” pois tinha muito o que aprender. Passados os anos, comecei a ver pessoas tidas como deficientes, vítimas de paralisia cerebral ou simplesmente paralíticas, realizarem coisas simplesmente fantásticas. E isso se deu quando, lendo uma revista a qual não recordo o nome, deparei-me com uma reportagem sobre um orador espírita chamado Jerônimo que, totalmente paralítico, fazia palestras e até conferências de extasiar os assistentes. Tratava-se de um orador versatilíssimo que, além de apresentar conceitos altamente filosóficos e profundos, consolando as almas sofredoras, também cantava, mostrando toda sua alegria de viver. Ora, como alguém poderia ser alegre sendo totalmente paralítico, dependente dos outros? – pensava eu. E Jerônimo dizia que sua felicidade era mostrar para quem o conhecia que, quando se crê em Deus e se tem confiança na Justiça Divina, nenhum obstáculo poderá ser tão grande que nos impeça de sermos felizes. Claro que aquele homem tinha um espírito altamente nobre, que suportava suas dificuldades sem lamentar-se nem revoltar-se. Ele era uma exceção, pensava eu. Mais tarde, conheci uma criança com paralisia cerebral e imaginei que ela seria uma deficiente mental o resto de sua vida. Ledo engano pois, quinze anos depois, fui convidada para o aniversário dela ,